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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vladimir Brichta se apresenta no Teatro Santarosa de Ribeirão


A partir desta sexta-feira (2), um teatro de 200 lugares vai receber uma estrela das novelas e seriados da TV Globo. O ator Vladimir Brichta apresenta a peça "Hamelin" no palco do Santarosa, um espaço alternativo criado há menos de um ano em Ribeirão.
Conhecido por papéis em comédias televisivas, Brichta encara um personagem diferenciado num espetáculo que trata de assuntos espinhosos. "Foi a produção do espetáculo que nos procurou. Pela característica do trabalho, eles queriam uma casa com uma cara mais intimista", diz Leonardo Santarosa, diretor geral do teatro que leva o seu sobrenome.
O texto do espanhol Juan Mayorga, adaptado por André Paes Leme, trata de um suposto caso de pedofilia que envolve um figurão da cidade. Vladimir é Monteiro, o juiz que busca incriminar o sujeito. "Ele está fazendo algo bem diferente do que acostumamos ver. É um drama bem forte, mas o Vladimir é um ator muito talentoso", diz Léo.
Na peça, o personagem de Brichta tem, como provas, apenas imagens coletadas do computador do acusado, além do depoimento do irmão mais velho da vítima. O juiz vai ouvir então a criança. Pergunta três vezes, até extrair a afirmação de que o homem o tocava durante o banho, nos fins de semana em seu sítio. Porém, isto está longe de ser conclusivo. A dúvida permeia todo o texto. Quem estaria mentindo: a criança, o juiz ou o acusado? O espetáculo utiliza-se de poucos recursos técnicos e cênicos e centraliza a ação na força dos diálogos e do elenco.
No palco, apenas uma mesa, luminárias que os atores acendem e desligam, e um cantinho do café. Também não há figurinos. O elenco se reveza em mais de um papel, como o ator Oscar Saraiva, que interpreta a criança abusada e o pai. "É uma produção carioca, o que demonstra que o nome do nosso teatro está indo cada vez mais longe. Estamos chamando a atenção deste circuito de espetáculos alternativos", comenta Léo.
Família
A apresentação de ‘Hamelin’ no palco do Santarosa vem brindar um projeto que começou em 2007 e que começou a tomar forma em 2009, com o início das obras do prédio. Localizado na City Ribeirão, a ideia dos irmãos Santarosa, que contaram com o apoio financeiro dos pais para as obras, era descentralizar os espaços cênicos em Ribeirão. Algo comum em muitos países do primeiro mundo. Uma das referências para a construção do prédio foram os teatros que rodeiam a Praça Roosevelt, em São Paulo, notadamente o que pertence ao grupo Parlapatões.
Mas, no caso do Santarosa, não houve qualquer adaptação. O prédio foi criado para ser um teatro desde o início. "Felizmente, estamos indo bem. Não temos mais datas até dezembro e o público tem comparecido aos espetáculos", ressalta Léo.
‘Hamelin’, por exemplo, deve contar com a casa lotada nos três dias em que vai ser apresentado. "As pessoas não param de nos ligar. Brichta é a primeira estrela global a pisar no nosso palco e era de se esperar essa procura", conclui.

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